2007/06/09

O bem amado

Então não é que o senhor Presidente da Câmara anda agora com tiques de “bem amado”? Qual Odorico qual quê!

Lembram-se na novela?

Contava a história de Odorico Paraguaçu, político da fictícia cidade de Sucupira, que tinha como principal objectivo político, na sua gestão como prefeito da cidade, a inauguração do cemitério municipal.

O grande problema é que em Sucupira ninguém morria. Odorico passou, assim, a engendrar mil planos para ver o seu sonho realizado. Teve então a ideia de trazer de volta um filho da terra temido pela sua fama de matador, para que matasse alguém e concretizasse o desejo do prefeito. Falo de Zeca Diabo. No final da história, é o próprio Odorico Paraguaçu que inaugura o cemitério de Sucupira, assassinado por Zeca Diabo.

História interessante, esta.

Uma das grandes bandeiras eleitorais de Moita “Odorico” Flores é a construção de um novo cemitério para Santarém. Parece-me que o senhor Presidente está demasiado viciado em novelas e tragédias gregas...

Está tão viciado que nem consegue perceber que, por muito que os mortos sejam importantes, primeiro é preciso cuidar dos vivos! E nesta matéria, meus amigos, parece que o senhor Moita anda a fazer-se de morto.

Não lhe desejo mal nenhum. Muito menos encontrar pelo caminho um Zeca Diabo. Mas morto para outras bandeiras eleitorais, ai isso o senhor Presidente está.
Vejam o caso de uma notícia que se ouviu há poucos dias na comunicação social. Falo da escola primária do Mergulhão, em Santarém, e o arrastar das obras no recreio, que já decorrem desde Outubro de 2005. Este é só um exemplo entre muitos em todo o Concelho. A chamada “gota no oceano”.

Esta coisa da educação e das criancinhas parece ser para o senhor Presidente uma daquelas prioridades das quais fica bem falar, mas que não calha nada bem pôr em prática.

De facto cuidar dos mortos dá muito menos trabalho...

Mas ai se o povo se arma em Zeca Diabo! Na ressaca da festa, acorda e vê que para além de um novo cemitério não há mais nada... Acordam para o “oceano” de mentiras e depois é que vão ser elas!

Venha então o novo cemitério! Venha ele!!! Entre mortos e feridos, alguém há-de inaugurar a obra! Morto ou vivo.

Resta saber se esta bandeira é asteada, ou se é mais uma que fica na gaveta das promessas.