O actual Presidente da Câmara de Santarém de facto não é um festeiro, é um simples intermediário. É aquele que somente contrata a música. Fala às bandas. Porque festeiro é mais do que isso.
O festeiro é mesmo muito mais, tem a ver com toda a cultura de uma comunidade. Festeiro é o que organiza todas as particularidades da festa tendo em conta as tradições culturais e as vivências da colectividade. E não apenas o pormenor de contratar o espectáculo. O que, aliás, é fácil. É só comprá-lo.
Para se ser intermediário, é simples basta ter dinheiro para ajustar as bandas, para comprar a animação. Não é só isso que este Senhor faz?
Pois é. E o dramático é com o dinheiro de todos nós.
Não se preocupa muito com qualidade ou com o gosto da comunidade. Assim temos festas, festivais, festivaizinhos, pimbalhadas, numa espiral de pândega a todo o custo, em qualquer dia, sob qualquer pretexto.
Bom achamos que há apenas um pretexto. Que é dar satisfação ao seu ego e à sua vaidade incomensurável, que são inversamente proporcionais às suas capacidades como gestor do Município.
Para tal é preciso o consumismo desenfreado do espectáculo diário, da barraca de feira permanente, do deslumbramento pirotécnico constante, enfim da anestesia do pensamento através da diversão. É preciso criar “ o ópio do povo” para se não ver o essencial, isto é a péssima administração do Município de Santarém por este executivo.
Por esta razão este Senhor Presidente confunde, ou pretende que confundamos, o referido consumismo diário de espectáculos com cultura. E por exemplo esquece-se da criação de equipamentos culturais. Da implementação definitiva do Museu Municipal. Da promoção da leitura e da informação e da construção da nova Biblioteca Municipal já há anos programada. Não impulsiona a protecção do património e da história de Santarém. Não cria uma política de preservação do centro histórico da Cidade. Abandonou a política do estudo e promoção do conhecimento do Concelho, antes pelo contrário desbarata um património bibliográfico que os anteriores executivos lhe deixaram ao desfazer-se a pataco de obras de referência que constituem um manancial de pesquisa e saber. Etc.
Para o actual Presidente da Câmara de Santarém a política cultural é o espectáculo e neles queima o nosso dinheiro, arde como os foguetes dos seus espectáculos.
Para ter este consumismo diário de espectáculos o senhor Presidente mandou de vez para as calendas gregas a sua promessa de pagar as dívidas da Câmara, sim que os espectáculos são pagos na hora. E bem pagos.
Paulo Mirante de Atalaia