As sessões dos órgãos autárquicos de Santarém transformaram-se em reuniões geradoras de conflitos pessoais, em que é evidente uma falta de respeito por estes órgãos representativos dos eleitores e pelos cidadãos em geral.
Falta o civismo e a educação, para não falar já na falta de cultura democrática. Presencia-se mesmo um exercício da mais despudorada má educação.
Tudo isto se deve à forma de actuar do actual Presidente da Câmara que criou um clima de crispação e instalou um mau ambiente interpessoal. Diremos mesmo que tal comportamento é gerador de ódios e inimizades, que obviamente prejudicam o Concelho.
Foram instituídos, os insultos, as ofensas pessoais e até as brincadeiras de mau gosto, em vez da cordialidade e do esclarecimento. Implantou-se uma forma de exercício do poder, que é entendido pelo Senhor Presidente, como uma ostentação de arrogância, de vaidade e de exibicionismo e que procura intimidar, achincalhar e inferiorizar os que pensam de maneira diferente dele.
Ai de quem faça perguntas mais ou menos incómodas, ou observações mais pertinentes. Ai de alguém que tenha a coragem de esboçar qualquer crítica ou acusação. É logo mimoseado com um conjunto de adjectivos aviltantes, ofensivos da honra e dignidade pessoal. Tudo no meio duma grande arengada verbal em que mete tudo e todos, fazendo uso de uma pesporrência balofa, só porque acha ou alguém lhe terá dito, que tem jeito para alinhar três frases seguidinhas onde mete meia dúzia de imagens, três ou quatro hipérboles e ainda uma ou duas metáforas. Com isto o Senhor Presidente permite-se ofender toda a gente, fazendo transpirar cá para fora o que lhe está escondido na índole e ainda não foi disfarçado pelo verniz. E tudo se passa perante as palmas e risinhos dos apaniguados, tal “claque” de “moitanetes”.
Deve haver poucos membros da oposição que não tenham sido achincalhados das mais diversas formas, pelo actual Presidente da Câmara, que em vez de prestar o esclarecimento técnico e político devido instituiu os ataques pessoais e os insultos.
Longe vão os tempos do humanismo e urbanidade de Ladislau Botas e da sua simplicidade natural para conduzir as reuniões de Câmara no mais elevado respeito pelo Povo de Santarém e seus eleitos. O que se passa hoje é a total falta de ética, é a escassez de cultura democrática e é sobretudo a falta de civismo e educação.
O Senhor Presidente da Câmara de Santarém gaba-se de ter na sua Biblioteca mais de 10 mil volumes, falta-lhe alguns que o ensinem a ser tolerante e respeitador. Precisa de ler um livro que podia bem ter como título “Como aprender rapidamente a tolerância e ética democrática”.
Paulo Mirante de Atalaia